O CALVÁRIO
FELISBELO DA SILVA
SALVADOR - BAHIA
- Amigo, por acaso a quem procuras?
- Ao nazareno nosso "Rei" - bradaram
Os esbirros seguidos pelo Judas.
E, brutalmente, assim aprisionaram,
Após o beijo amargo da traição,
O Mestre que pregava a salvação.
A Pilatos, então, foi conduzido:
"Ecce homo"! (Aqui tendes o homem)!
E a turba insana brada: - Crucifica-o!
Indiferentes ao Cristo não temem.
E segue o Rei, o duro itinerário,
Levando a cruz ao cume do Calvário.
Eis que padece o Deus da Natureza,
E cai desfalecido com a cruz...
Sob a fúria de um povo sem nobreza
Segue a via o humílimo Jesus...
Mais duas vezes sob o lenho tomba,
E a plebe vil do augusto Mestre zomba...
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O véu do tempo rasga-se fremente!
Tremendos raios chispam pelo espaço!
A Natureza enegrece, a Terra treme...
Cristo na cruz! O drama consumado!...
- "Por que este cálix de mim não afastaste?
Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?!..."
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FELISBELO DA SILVA
Natural de Propriá - SE; advogado;
escritor (prosador, pensador, poeta e
compositor), com mais de setecentas
obras publicadas, em todos os gêneros
literários, com destaque para o jurídico.
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